Contos dos Infernos



Donnefar Skedar
Contos Dos Infernos




O filho do diabo

Todos estavam dançando e os poucos que não se mexiam estavam bebendo. Ninguém parecia preocupado com a pouca luz do local, nem mesmo a forte luz verde do laizer que girava a 360° parecia afetar suas vistas brilhantes.
A garota saiu da pista de dança e pegou o copo que lhe foi oferecido com um liquido azul quase florescente, ela levou o enorme copo à boca e sentiu um gosto de perfeição imaginaria. Apenas mais um gole e ela já se sentia a melhor pessoa no mundo do Caos. Seguiu em direção ao banheiro, nele não tinha placa de masculino ou feminino, ela entrou mesmo assim. O som era alto e ficou um pouco abafado quando ela fechou a enorme porta de espelho atrás de si. Parecia estar sozinha em um local um pouco mais iluminado do que atrás da porta que fora fechada.
Um enorme corredor com inúmeras cabines e pequenas pias, era o que sua visão alcançou até ela encontrar a porta de uma cabine aberta e se sentar na privada sem notar que alguém desocupara a cabine ao lado. Logo a escuridão lhe pareceu completa, com o copo do liquido azul em sua mão, ela deu mais uma golada e fechou os olhos para sentir o prazer que aquele liquido a proporcionou.
Quando conseguiu levantar-se novamente, sentiu uma mão na sua cintura enquanto estava em pé de frente a uma das pias. Era outra garota, um pouco maior que ela, vestida de preto e com decotes que não escondia em nada seus volumosos seios, ela logo segurou firme em seu pescoço e lhe deu um longo beijo molhado e desajeitado.
– Ande logo Maryh, não vamos perde a festa – Disse a loira de seios fardos enquanto saia pela porta espelhada.
Maryh...
Repetia a garota a si mesma enquanto olhava para o espelho e via sua face distorcida por sua própria ilusão.
Ela tinha um cabelo escuro e de um corte desajeitado feito em casa com uma tesoura pequena ou com uma faca de caça. Seus olhos estavam pequenos e marcados apenas por uma forte mancha preta feita em cada olho com um lápis sem ponta.
Seu corpo denunciava a idade de 15 anos, porém já estava no seu 19° aniversario.
No pescoço nu, uma tatuagem indecifrada que somente ela poderia dizer sua origem, o braço esquerdo estava todo tatuado e seu rosto servia de porta piercings. Olhando para uma luz imaginaria que saia por traz de sua própria imagem na enorme porta do banheiro, ela caminhou de volta a pista de dança onde inúmeras pessoas se mexem como se sincronizadas para tal música.
Ela caminhou o Máximo que pode, mas não saiu do terceiro passo. O local escuro em que se encontrava foi tomado por uma força invisível que apenas ela notou, tudo pareceu escuro demais para ela decifrar o que seus olhos estavam lhe mostrando.
Todos aqueles corpos de todas as formas que estavam á sua frente dançando sincronizada mente, não eram humanos como ela mesma se sentia. Eram demônios de todas as formas bizarras e imaginarias.
Agora ela enxergava através de uma luz metalizada o que realmente estava acontecendo naquela escuridão. Demônios estavam festejando o nascimento de outro ser que parecia de longe algo mais bizarro que eles mesmos.
Logo a loira que a beijara no banheiro apareceu ao seu lado, porém esta não era um demônio, estava em sua forma humana como a de Maryh, seus olhos não expressavam nenhum sinal de espanto ou horror pelo que Maryh via.
– Você está enxergando também? – Perguntou ela sem ouvir sua própria voz.
– Sim!
Respondeu a loira pegando a mão de Maryh e a levando para o meio da multidão onde uma espécie de ciclo estava fechando a visão de Maryh.
Ela não questionou e continuou a caminhar olhando aqueles demônios que nem sequer a olhavam, era como se ela estivesse do outro lado como no filme Costantine, mas ali tudo era real e o som do local era bem audível.
Quando ela se aproximou do ciclo, sua mão foi apertada pela loira que exibiu um sorriso forte e convincente de que aquilo realmente era importante.
– O que... O que está acontecendo?
Maryh não esperou a resposta e apenas seguiu o olhar da loira que dava ao centro onde as pessoas estavam. A luz metalizada que estava iluminando vinha de algo no chão. Um bebe estava ali nos braços de um demônio sujo de sangue e a sua frente uma mulher com a cabeça decepada jazia nua e com as pernas abertas cheias de sangue.
Sim o bebê tinha vindo dela, mas o mais bizarro para Maryh era que todos estavam festejando o nascimento e não a morte da mulher.
Ainda segurando a mão de Maryh, a loira a olhou com ternura e disse:
– Veja meu novo filho acabou de nascer. Seu nome será Math em homenagem a você linda – disse ela sorrindo.
Maryh se virou para fita os olhos escuros da mulher.
– Seu filho? Quem é você afinal?
– Sou eu Maryh, Lúcifer o pai de todas as almas suicidas – disse a loira mostrando um novo sorriso encantador. – Veja seus pulsos, você se matou há dois dias e agora veio para meu lar.
Horrorizada, Maryh levantou sua mão livre e viu as feridas causadas com a faca usada na cozinha de seus pais há dois dias quando a mesma decidiu se matar.

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